Inúmeros aspectos refletem a expressão de um vinho. O preparo do solo e tipo de cepa, as diferentes formas de colheita podendo ser manual ou mecânica, o processo de produção, o engarrafamento e venda do produto, as mudanças climáticas e o trabalho do enólogo, que respeitando a natureza do vinho pode torna-lo uma vivência única.
Alguns dos mais famosos vinhos do mundo, como o Bordeaux, são produzidos com duas ou mais variedades de uvas, com o objetivo de torna-lo mais complexo e equilibrado. Mas, para essa combinação ser perfeita, características quanto ao ano da safra e expressão de cada uva certamente influenciarão no produto final.
É aqui que começamos a falar sobre os conceitos de Vinho Monovarietal, Vinho Varietal e Vinho de Corte (em português), ou Assemblage (em francês), ou Blend (em inglês).
O vinho de corte pode utilizar em sua combinação duas ou mais uvas, de variedades diferentes, podendo ser da mesma safra. Como por exemplo, Merlot e Cabernet Sauvignon. A uva Merlot utilizada aqui é para trazer mais aroma, suavidade e frescor ao vinho, enquanto a uva Cabernet Sauvignon, trará mais estrutura, concentração de taninos, permitindo que o vinho se torne mais poderoso.
Outros, como o Porto ou o Champagne, mesclam as uvas cultivadas em safras diferentes, para equilibrar os taninos, sabores, cor, textura, corpo e acabamento tornando os vinhos mais complexos e maximizando a força do rótulo.
Possibilitando assim, a origem de diferentes tipos de Cortes: Corte Bordalês (Austrália, Califórnia); Corte em Champagnes (região de Champagne); Corte GSM - Grenache, Shiraz e Mourvèdre (região sul do Vale do Rhône); Corte Alentejano (Alentejo); Corte Duriense (Douro); Corte Australiano (Austrália); Corte Chianti (Toscana) e Corte Supertoscano (Toscana).
Esse método exigirá tanto do produtor quanto do enólogo. O trabalho do enólogo será meticuloso e necessitará de um conhecimento profundo sobre características aromáticas e gustativas de cada casta de uva. Quanto ao produtor, será exigido experiência, criatividade e sensibilidade para obter como resultado vinho distintos, capazes de impactar o paladar dos consumidores de vinhos ao redor do mundo.
O vinho monovarietal e vinho varietal são vinhos elaborados com uma única variedade de casta de uva, ou com uma grande predominância desta, como por exemplo, ser 100% uva Merlot, ou 95% uva Malbec e 5% uva Bonarda. Dependendo da legislação de cada país ou região vitivinícola, para que esse vinho seja considerado varietal, será exigido uma combinação entre 75% a 95% de utilização da casta da uva principal para a elaboração do vinho.
Aqui também o trabalho do enólogo é importante, porque quando ele utilizar somente uma casta de uva para a produção de seu vinho terá que representar todas as características da região aonde essa vinha foi cultivada.
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