O olhar atento e minucioso dos vitivinicultores sobre as diferentes variedades de videiras é premissa básica para alcançar um vinho fino de qualidade.
Os cuidados no cultivo destas castas impactam diretamente na qualidade das uvas e, consequentemente, na qualidade do vinho produzido.
Três são as palavras mais importantes utilizadas pelos profissionais da área – videira, vinha e vinhedo – bem como a diferença e relação entre elas.
Videira, a planta que dá origem aos frutos (uvas), que posteriormente se transformam em vinho de diferentes estilos e qualidades.
A vinha, um conjunto de videiras localizadas e, cultivadas em solo com características distintas, recebendo quantidade de luz solar, dentro de uma região específica, entre outros fatores ambientais e humanos que contribuem para o seu desenvolvimento.
E finalmente o vinhedo, o conjunto de vinhas geralmente organizadas em fileiras retas e paralelas, em uma área adequada ao cultivo das vinhas.
Mas, como distinguir os diferentes tipos de castas?
Os vitivinicultores estarão sempre atentos ao gênero – Vitis – que pertence à família botânica das Vitaceae. E, embora existam inúmeras variedades, apenas algumas são relevantes para eles, são elas: Vitis vinifera, Vitis labrusca, Vitis rupestres e Vitis riparia. A Vitis vinifera é a espécie mais antiga, com evidências de seu cultivo por volta de 6.000 AC.
Na região sul do Brasil, as castas que têm se destacado com esplendor, em áreas com Denominação de Origem (D.O.) e Indicação de Procedência (I.P.), são:
D.O. Altos de Pinto Bandeira - todo o processo de cultivo e produção segue exclusivamente o método Champenoise, incluindo a elaboração do vinho base e a segunda fermentação em garrafa.
O vinho espumante só pode ser comercializado após ser submetido aos padrões de qualidade química diferenciada e específica, referente à D.O. do Conselho Regulador de Asprovinho, dando autenticidade aos requisitos de produção estabelecidos no Caderno de Especificações Técnicas, certificando assim a conformidade do produto.
100% das uvas cultivadas em áreas delimitadas seguem requisitos específicos para o seu cultivo, sendo permitidas três variedades de Vitis Vinifera L.: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, esta última participando com no máximo 25%.
Cada garrafa de espumante possui um selo de controle numerado D.O. Altos de Pinto Bandeira, permitindo a rastreabilidade do produto.
D.O. Vale dos Vinhedos - os vinhos espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo método Champenoise para as classificações Nature, Extra-brut ou Brut. As castas obrigatórias para produção são Chardonnay e/ou Pinot Noir.
É obrigatório para a produção de vinhos brancos finos a utilização da uva Chardonnay, podendo ter o corte com a uva Riesling Itálica.
Para os vinhos tintos finos com Denominação de Origem, a uva Merlot também é obrigatória, podendo ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat.
Vinhos envelhecidos exclusivamente em barricas de carvalho, sendo que os vinhos brancos permanecem por um período mínimo de 06 meses; os vinhos tintos de 12 meses; e os vinhos espumantes finos por um período mínimo de 09 meses em contato com leveduras na fase de borbulhas.
Apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região, e que obtiveram certificado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de Utilização de D.O. Conselho Regulador.
IP Altos Montes - localizada na Serra Gaúcha, apresenta as maiores elevações geográficas, com montanhas que chegam a 885m de altitude. Região pioneira na introdução e difusão das castas Vitis vinífera desde 1930. Pelo menos 85% das uvas são produzidas na área delimitada.
Alguns exemplos das uvas mais utilizadas na região são:
Vinhos finos brancos e vinhos rosé: Chardonnay, Riesling Itálico, Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Merlot.
Vinhos tintos secos finos podem ser elaborados com as variedades Cabernet Franc, Merlot, Ancellotta, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Tannat.
Cada garrafa recebe um selo de controle numerado I.P. Altos Montes, permitindo a rastreabilidade do produto, depois de ser submetido ao controle de padrões do Conselho Regulador de I.P., garantindo a conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no regulamento de uso.
I.P. Monte Belo - alcançando seu reconhecimento em 2013, possui as menores altitudes do Vale do Rio das Antas. O município de Monte Belo do Sul é o maior produtor per capita de uvas da variedade Vitis vinifera da América Latina, 16t per capita/ano.
As vinhas são sujeitas a controles de produtividade e maturação para garantir uma maior qualidade do vinho. 100% das uvas utilizadas na produção de vinhos são produzidas dentro de uma área delimitada.
Vinhos finos tintos secos varietais são elaborados com as uvas Merlot Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Tannat, os quais devem apresentar no mínimo 85% de vinho da uva varietal.
O vinho tinto varietal deve possuir 40% de Merlot, mais cortes de no máximo 40% de Cabernet Sauvignon, 30% de Cabernet Franc e 15% de Tannat, Ancellota ou Alicante Bouschet.
Os vinhos finos brancos secos varietais são elaborados com as uvas Riesling Itálico ou Chardonnay, os quais devem ter no mínimo 85% de vinho da uva do varietal. Os brancos varietais possuem no mínimo 60% de Riesling Itálico e 20% de Chardonnay.
Cada garrafa recebe um selo de controle numerado I.P. Monte Belo, permitindo a rastreabilidade do produto, depois de ser submetido ao controle de padrões do Conselho Regulador de I.P., garantindo a conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no regulamento de uso.
I.P. Vinhos de Altitude de Santa Catarina - a região foi estruturada neste século e sua delimitação está na região mais fria e de maior altitude do estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Para a produção de vinho, 100% das uvas devem ser produzidas em área definida, em vinhas situadas a altitudes superiores a 840 metros.
Os vinhos produzidos na região com designação de Indicação de Procedência (I.P.), podendo ser comercializados somente após terem sido submetidos a controles por parte do I.P. Conselho Regulador, garantindo o cumprimento dos requisitos estabelecidos no Regulamento de Utilização. Cada garrafa de vinho possui um selo de controle numerado, permitindo a rastreabilidade do produto.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
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