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Foto do escritorMaria Amaral

Cabernet Sauvignon


“Originária da região de Aquitanie, margem esquerda de Bordeaux, na França, a uva Cabernet Sauvignon é conhecida pela sua expressividade nos vinhos raros, envelhecidos em barris de carvalho novo, tornando-os mais harmoniosos e longevos, como também na elaboração de espumantes.”


Estudo sobre Cabernet Sauvignon em regiões temperadas e quentes, Prof Marcelo Vargas - Sensory

A Cabernet Sauvignon é uma uva muito conhecida por sua diversidade de plantio geográfico, e por sua notoriedade de ser amplamente usada na elaboração de vinhos raros. Faz parte do grupo das Carmenets, como a Merlot e a Cabernet Franc. E nasceu do cruzamento natural entre a Cabernet Franc (tinta) com a Sauvignon Blanc (branca) a cerca de 600 anos atrás.

A região de Aquitanie está dividida em 05 sub-regiões: Dordogne, Landes, Lot-et-Garonne, Pyrénées Atlantiques e Gironde, onde está localizada a capital Bordeaux. Os cortes nos quais predomina a Cabernet Sauvignon são em áreas que provem de: Médoc AOC, Haut-Médoc AOC – incluindo Margaux AOC e Paullac AOC, e indo além de Graves AOC – incluindo Pessac-Léognan AOC, com um potencial de envelhecimento longevo.

Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho - OIV, em 2015 eram 276.705 hectares de Cabernet Sauvignon plantados ao redor do mundo, tornando a uva tinta mais plantada dentre todas da espécie Vitis Vinifera. A França, com 48.162 hectares, sendo 14% do total; o Chile com 43.211ha, 13%; Estados Unidos com 40.720ha, 12%; e a Austrália com 24.682ha, 7%.

Admirada pelos vinhateiros, tanto do ponto de vista de quem planta uvas quanto de quem produz vinhos, ela é uma variedade tremendamente flexível, com capacidade de se adaptar a diversos e diferentes terroirs - caracterizados pelo clima, solo, incidência de chuvas, qualidade da terra, fauna e flora locais e até mesmo a composição microbiológica da atmosfera e a história local, como a região de Bordeaux - ou em climas com verões quentes, como na região no Vale de Napa, nos Estados Unidos.

Mas, apesar de ser reconhecida por adaptar-se a uma ampla variedade de climas e solos, essa casta desenvolve suas melhores características quando cultivada em solos mais rochosos, com a presença de bastante cascalho e pedregulho, oferecendo assim uma melhor drenagem, e fazendo com que as plantas busquem água e nutrientes mais profundamente na terra. Além disso, os pedregulhos ajudam na absorção e irradiação do calor do sol, favorecendo o amadurecimento dos bagos, e estimulando uma maior produção de açucares.

Rica em taninos e de caráter adstringente é tradicionalmente colhida no processo de late harvest ou colheita tardia. Dessa maneira, os taninos são suavizados e podem ser mais facilmente equilibrados durante a vinificação. E quando cultivada em regiões mais quentes, produz vinhos mais concentrados e frutados, com maior teor alcoólico.

É uma casta que resulta em vinhos intensos e marcantes, e com grande potencial de guarda por 20 anos ou mais, porém é compulsório que sejam mantidos ao abrigo da luz e em temperatura adequada.

Normalmente, é muito utilizada em assemblages, seja em terras francesas, ou em países do novo mundo. Pois, seus aromas marcantes e taninos firmes por muitas vezes difíceis de domar, podem resultar em vinhos duros e desequilibrados, ainda mais em safras dificultosas. Através da assemblages obtêm-se equilibro melhor quanto à coloração, acidez, teor do álcool, aromas, dentre outros fatores fundamentais para o sucesso de um vinho ser alcançado com êxito. Porém, grandes exemplares da cepa, ainda são vinhos ligados a Bordeaux e podem expressar toda sua identidade e qualidade.

Na Itália, região da Toscana, e nos Estados Unidos, região de Napa Valley, são importantes regiões produtoras dessa uva, assim como o Chile, na América do Sul.

Na Nova Zelândia é utilizada em cortes com a uva Merlot. Na África do Sul são por vezes usadas em cortes com a uva Pinotage, criando o conhecido Cape Blend.

No Brasil, é uma das uvas mais cultivadas, disputando espaço com a uva Merlot. O destaque vai para os exemplares do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, que têm forte identificação com os rótulos europeus. Já a produção do Nordeste do país tem grande aplicação em cortes e composições.

Não é de se admirar que a uva Cabernet Sauvignon seja uma das mais tradicionais e respeitadas variedades em todo o mundo.




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